Natália

Natália
Mauro Fernandes Barros

terça-feira, 7 de julho de 2009

LES CHANSONS DÁMOUR


Este filme é para quem tem "Birra" de musicais. É um filme legal, que fala de amor, perdas, decepção, tristeza, tudo através de músicas. É muito legal! As Canções de Amor trata de personagens que têm dificuldade para expressar seus sentimentos. Fazem-no por meio das canções de amor (cantadas pelos próprios atores). O Diretor francês Christophe Honoré alcança um efeito estranho e muito legal para um musical, em que a espontaneidade e a surpresa (muitas surpresas) substituem o artificialismo e a previsibilidade tradicionalmente ligados ao gênero. A trama dá reviravoltas inesperadas. Não por acaso, referências a outros diretores: Truffaut (BEIJOS ROUBADOS) e Godard (UMA MULHER É UMA MULHER). Canções de Amor equilibra drama, comédia e musical e é uma das melhores surpresas cinematográficas dos últimos amos e um belo olhar sobre a juventude, seguindo uma história de amores desencontrados em Paris. O musical - torno a falar - é um género cinematográfico considerado morto por alguns, mas tem nos últimos anos ressuscitado através de títulos tão díspares como "Moulin Rouge", de Baz Luhrmann, "Dancer in the Dark", de Lars Von Trier, ou "Hairspray", de Adam Shankman, entre outros, investindo tanto em formatos clássicos como mais extremos. "As Canções de Amor" é mais um exemplo da vitalidade que o género ainda vai exibindo ocasionalmente, num cenário parisiense contemporâneo, palco dos (des)amores de um grupo de jovens dos dias de hoje. Dividido em três atos: a partida, a ausência e o recomeço , "As Canções de Amor" começa por se centrar num triângulo amoroso que é destruído pela súbita morte de um dos jovens que o constitui. O filme segue depois as reações dos outros dois, em especial as de Ismael, que ao tentar reconstruir a sua vida enceta várias relacionamentos sem superar, no entanto, a tragédia recente. Neste filme o amor e a família são elementos centrais, e o realizador constrói uma história assente em personagens credíveis, onde os erros que fazem não as impedem de gerar empatia e apenas reforçam a sua verosimilhança. O que se recupera, e de forma cada vez mais madura, é um subtil olhar sobre as relações amorosas. "As Canções de Amor" é o novo cinema francês e uma bela e contagiante experiência cinematográfica. A ver - e ouvir - sem reservas.

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