Natália

Natália
Mauro Fernandes Barros

terça-feira, 7 de julho de 2009

ROSEMARY´S BABY





1968 não foi somente um ano de grandes atividades políticas, mas também um ano de surpresas cinematográficas. Entre elas o clássico, perfeito, impressionante e cuidadosamente bem realizado “Rosemary´s Baby”, o “Bebê de Ronaldinho”, digo, “O Bebê de Rosemary”, uma obra prima do terror dirigida por Romam Polanski. Rosemary e seu marido mudam-se para um novo apartamento em Nova York, onde passam a conhecer um casal de idosos que mora logo ao lado. Esse casal possui modos de agir, e logo invade a privacidade de Rosemary de forma que começa a incomodá-la. Algo há por trás disso tudo e Rosemay, grávida, começa a desconfiar das pessoas, querendo proteger seu futuro filho. Para falar deste clássico anexo aqui um comentário muito bacana de Allan Castro, do site Cine Players, que é muito bacana pessoal. Vamo lá: É notável quão pouquíssimas obras de terror são dignas de se situarem em uma antologia de prestígio, quão mais raro é um filme desse gênero se elevar a um status de arte. Não por acaso sendo o seu realizador um prosélito diretor polonês que estréia, em sua iminente carreira, em Hollywood, após realizar filmes renomados e premiados pelos europeus. “Dizer que Roman Polanski foi um dos inovadores do gênero não é um exagero, pois “O Bebê de Rosemary” traz uma maturidade no conteúdo e no tratamento dado a um tipo de filme considerado prolixo, fraco (na época), e desatualizado para sua platéia. É de grande necessidade um deslocamento à década de 60 para averiguarmos o panorama revolucionário que ocorreu no cinema e no mundo. Desde que os chamados turcos do cinema empreenderam o renovo ideológico, estético e produtivo à sétima arte no final dos anos 50 pela consagrada Nouvelle Vague, as nações vizinhas e todo o mundo sentiram a enorme repercussão gerada por esses diretores. Repercussão tal que ecoou pela Polônia e demais países do leste europeu que inovaram seu cinema, obtendo reconhecimento a nível internacional, conquistando, logo, sua posição merecidíssima na História do Cinema. A história se desenvolve a partir do envolvimento Rosemary (Mia Farrow) e seu marido (John Cassavetes), um fracassado ator, com um casal de idosos que atraem sua atenção desmedida por um obscuro interesse, que envolve Rosemary e sua gravidez. Daí a futura mãe passa a experimentar uma incomum e sofrida gravidez, passando a ser controlada por seus vizinhos vivendo um ostracismo doentio e impositivo. Com a crescente tensão em que Rosemary está inserida, suas fugas e solicitações passam a ser consideradas atitudes de insanidade psicológica por seus conhecidos, o que gera uma certa ambigüidade característica no estilo de Polanski. A sensação que temos é de experimentarmos um certo conflito entre a alucinação e a realidade. Pelo fato do diretor trabalhar o filme nesta linha tênue que separa o mundo pessoal de Rosemary, ora acreditamos ser real a circunstância do ritual, ora, repentinamente, nos tornamos céticos e julgamos ser um delírio neurótico da personagem, muito embora todos os fatos narrativos nos creditam uma veracidade sobre o casal de feiticeiros.Mia Farrow trabalha neste filme com uma excelente destreza e habilidade de interpretação que é acentuada por sua frágil e débil aparência, um visual de penúria e resignação terminal. Sem dúvida alguma Polanski destila neste filme o melhor de seus atores, como é saliente a sutileza de invasão interpessoal da parte dos abjetos vizinhos (Ruth Gordon – a idosa vizinha – ganhou um Oscar por esse filme), que sub-repticiamente manipulam a jovem mãe. Há duas seqüências dignas de nota que representam os conflitos e sensações da personagem. Uma delas joga com a articulação espaço-temporal quando Rosemary se encontra deitada e os elementos em cena denotam a raiz conflituosa de formação católica que revelam ao espectador um traço importante da personalidade da protagonista. Noutra seqüência – senão a principal – Polanski desarticula genialmente todo o referencial de espaço ocupado por Rosemary, um espaço sensorial e alegórico que beira o psicodelismo onírico e a representação das ocorrências (ritual satânico) ao seu redor. O cineasta traz ao relevo todo o material essencial do texto narrativo através das possibilidades da montagem justapondo imagens que não se correspondem espacialmente, mas que se inter-relacionam pelos elementos associativos encontrados na história.” Pessoal, este filme é amado e odiado por muitos, mas tenho certeza que é mais amado. Apesar dos pesares Roman Polanski realiza, sem dúvidas, uma grande obra clássica de terror, com uma qualidade temática e artística sem precedentes feita numa decadente indústria que outrora produzira obras de valor inestimável. É um filme que não deve deixar de ser assistido, para que daí possa se conhecer outras magníficas obras típicas desse gênio atormentado da sétima arte. Ah! Qualquer semelhança de Rosemary no decorrer do filme - quando fica abatida e corta os cabelos curtinhos - com o nosso amigo Ronaldinho do Ronaalldo da Banca é mera coincidência (KKKKKKK)....

Um comentário:

  1. Quando eu li o nome do filme corri para ler a descrição que vc colocou sobre a película, pois há muito tempo atrás vc já havia me falado sobre essa tal "mera coincidência", huahauhaua.
    Abraço.
    Renato Rezende

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